
O Kremlin declarou nesta quarta-feira (30) que o presidente Vladimir Putin está disposto a buscar uma solução pacífica para o conflito na Ucrânia. Segundo autoridades russas, no entanto, o cenário permanece complexo e não há sinais de avanço rápido nas negociações.
“O presidente continua aberto a métodos políticos e diplomáticos para resolver este conflito”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, durante conversa com jornalistas.
Ucrânia está pronta para negociar?
De acordo com Peskov, Moscou ainda aguarda uma resposta da Ucrânia para iniciar o diálogo. Ele ressaltou que os objetivos estratégicos da Rússia permanecem inalterados, mas que há preferência por um desfecho não militar.
Peskov relatou que Putin já demonstrou interesse em conversas diretas com o governo ucraniano. Até o momento, porém, não houve sinalização por parte de Kiev. “Infelizmente, não ouvimos nenhuma declaração nesse contexto de Kiev. Portanto, não sabemos se Kiev está pronta ou não”, afirmou o porta-voz, em inglês.
Os Estados Unidos também foram mencionados na declaração. Peskov reconheceu que Washington busca uma resolução rápida para a guerra, mas advertiu sobre a complexidade da crise. “Entendemos que Washington está disposto a alcançar um sucesso rápido neste processo”, declarou.
Ainda segundo a agência TASS, o representante russo disse que as origens do conflito são profundas demais para que se encontre uma solução imediata.
Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, comentou o assunto na véspera. Para ele, Putin estaria disposto a encerrar a guerra e só não teria avançado sobre toda a Ucrânia por receio de uma resposta americana. “Se não fosse por mim, acho que ele iria querer dominar o país inteiro”, declarou. Ele evitou, no entanto, responder se Washington deve manter a ajuda militar à Ucrânia mesmo em caso de recuo nas negociações.
A guerra iniciada em 2022, com o envio de dezenas de milhares de soldados russos ao território ucraniano, provocou a maior tensão entre Moscou e o Ocidente desde a Crise dos Mísseis de 1962 — episódio que quase levou os Estados Unidos e a então União Soviética a um confronto nuclear direto.
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