
Em meio ao aumento da tensão na Faixa de Gaza, ataques aéreos conduzidos por Israel entre terça (13) e quarta-feira (14) provocaram a morte de pelo menos 70 pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde local, que é administrado pelo grupo Hamas. O relatório informa ainda que muitas vítimas continuam soterradas entre os escombros ou caídas nas ruas, aguardando atendimento das equipes de resgate e defesa civil.
Segundo médicos da região, os ataques mais recentes ocorreram principalmente no norte de Gaza, em Jabalia, onde diversas residências foram atingidas. Mulheres e crianças estão entre as principais vítimas das explosões.
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, afirmou que a ofensiva militar será intensificada até que os objetivos contra o Hamas sejam alcançados. “Completaremos a ofensiva” com “força total“, declarou o líder durante uma visita do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Oriente Médio.
Há solução à vista para o conflito em Gaza?
Os bombardeios desta semana ocorrem logo após a libertação de Edan Alexander, cidadão americano-israelense que estava em poder do Hamas desde outubro de 2023. Ainda não houve pronunciamento oficial do Exército israelense sobre os ataques mais recentes, incluindo a operação desta quarta-feira.
Na terça-feira, outro ataque aéreo foi registrado no Hospital Europeu, em Khan Younis, no sul de Gaza. Pelo menos 16 pessoas morreram e mais de 70 ficaram feridas. De acordo com os militares israelenses, o alvo era um “centro de comando do Hamas” instalado abaixo da unidade hospitalar — versão que o grupo terrorista nega.
Benjamin Netanyahu reforçou sua postura inflexível em relação ao grupo, em mensagem publicada no Telegram na terça-feira. Ele afirmou que, mesmo diante da possível libertação de novos reféns, a operação militar seguirá com intensidade.
“Nos próximos dias, entraremos com todas as nossas forças para completar a ofensiva e subjugar o Hamas. O Hamas pode dizer: ‘Chega! Queremos libertar mais dez’. Ok, tragam-nos. Nós os capturaremos e então entraremos. Mas não haverá como impedir a guerra. Podemos fazer um cessar-fogo por um tempo determinado, mas iremos até o fim“, disse.
Já o Hamas declarou, após a soltura de Edan Alexander, estar disposto a negociar um “acordo de cessar-fogo abrangente“. No entanto, nenhuma trégua foi aceita por Netanyahu, que optou por manter a pressão militar. O grupo considerou a libertação como um gesto de “boa vontade” em direção aos esforços de paz liderados por Donald Trump.
Antes do pronunciamento oficial, Netanyahu compartilhou um vídeo em que aparece telefonando para Edan Alexander. Na publicação, ele escreveu:
“Eu disse a ele o que todos nós sentimos: todo o povo israelense está feliz por ele ter voltado para casa.” Durante a ligação, que durou pouco mais de um minuto, Netanyahu perguntou como Edan se sentia. O jovem respondeu: “Bem, mas fraco. Devagar. Vou lentamente voltar a ser como era antes. É uma questão de tempo“.
Edan Alexander foi capturado durante a invasão do Hamas em 7 de outubro de 2023, enquanto atuava em uma unidade de elite próxima à fronteira com Gaza. Ele passou 1 ano e sete meses em cativeiro. A ligação foi intermediada por Steve Witkoff, enviado especial dos EUA para o Oriente Médio. Durante a conversa, ele relatou ao jovem e à sua família o papel de Netanyahu nas negociações:
“Contei a Edan e à sua família tudo o que o senhor fez para tornar isso possível nos últimos dias. Foi uma negociação tensa e foi crucial como o senhor se comportou, como permitiu que as negociações ocorressem, e essa é, em grande parte, a razão pela qual Edan está em casa com a família hoje“.
Leia também: Relembre os brasileiros que morreram no ataque promovido pelo Hamas
Siga a gente no Google Notícias