
Em 2011, o Japão enfrentou um dos maiores desastres naturais de sua história com o terremoto que atingiu Fukushima. Este evento não apenas causou destruição imediata, mas também desencadeou uma série de mudanças significativas na política energética do país. Desde então, o Japão tem investido pesadamente em medidas de prevenção de desastres naturais, incluindo a construção de uma extensa barreira ao longo de seu litoral, conhecida como a “grande muralha do Japão“.
Além das medidas físicas para mitigar os efeitos de futuros tsunamis, o desastre de Fukushima também levou a uma reavaliação global do uso da energia nuclear. A tragédia expôs as vulnerabilidades associadas a essa fonte de energia, mas também gerou um debate sobre seu papel no futuro energético mundial.
Qual é o futuro da energia nuclear no Japão?
Após o desastre de Fukushima, o Japão tomou a decisão de reduzir sua dependência da energia nuclear. No entanto, com o aumento da demanda por energia, especialmente devido aos avanços tecnológicos como a inteligência artificial, o governo japonês revisou sua estratégia. Em fevereiro de 2025, foi anunciado um plano para aumentar a participação da energia nuclear na matriz energética do país de 8% para 20% até 2040.
Essa mudança de política não é exclusiva do Japão. Em várias partes do mundo, a energia nuclear está sendo reconsiderada como uma alternativa viável e de baixo carbono. Nos Estados Unidos, por exemplo, há planos para triplicar a capacidade de geração nuclear até 2050, com grandes empresas de tecnologia investindo em reatores próprios para garantir o funcionamento contínuo de suas operações.
Por que a energia nuclear está sendo reconsiderada globalmente?
O acidente de Fukushima inicialmente levou muitos países a repensarem suas políticas nucleares. A Alemanha, por exemplo, começou a desativar suas usinas nucleares, completando o processo em 2023. No entanto, com as crescentes preocupações ambientais e a necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, a energia nuclear está sendo vista sob uma nova luz.
Ambientalistas e formuladores de políticas estão cada vez mais reconhecendo que a energia nuclear pode desempenhar um papel crucial na transição para fontes de energia mais limpas. A principal vantagem é que os reatores nucleares não emitem gases de efeito estufa durante a geração de eletricidade, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas.
Como a sociedade está lidando com o legado de Fukushima?
Quatorze anos após o desastre, Fukushima ainda carrega as cicatrizes do evento. A região continua a ser um lembrete das potenciais consequências da energia nuclear mal gerida. No entanto, também serve como um catalisador para a inovação e o desenvolvimento de tecnologias mais seguras e eficientes.
O Japão e outros países estão investindo em pesquisas para melhorar a segurança dos reatores e desenvolver soluções para o gerenciamento de resíduos nucleares. Além disso, a conscientização pública sobre a importância da segurança nuclear e a necessidade de diversificar as fontes de energia estão mais fortes do que nunca.
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