debate tecnológico

Lula defende relação com Pequim: “Graças a Deus temos a China”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que não aceitará a tentativa de isolar a China em um novo embate entre potências.
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto – Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ao comentar o papel da China na economia e na inovação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que não aceitará a tentativa de isolar o país asiático em um novo embate entre potências. Em entrevista publicada nesta quinta-feira (8) pela revista americana The New Yorker, Lula destacou a importância de Pequim no cenário internacional atual.

Publicidade

“Graças a Deus temos a China que, do ponto de vista tecnológico, é muito avançada e pode competir no mundo tecnológico da IA [Inteligência Artificial], dando-nos uma alternativa para este debate”, disse.

Segundo o presidente, o incômodo de países ocidentais com o avanço chinês está ligado à crescente participação do país no comércio global. Ele mencionou líderes como Ronald Reagan e Margaret Thatcher para lembrar que, no passado, foram os próprios países desenvolvidos que incentivaram o livre mercado e a abertura econômica.

O avanço da China está por trás da tensão com o Ocidente?

Lula comparou o crescimento industrial da China ao processo de aprendizagem rápida e eficiente. Disse que, em pouco tempo, os chineses passaram a dominar mercados antes liderados pelos Estados Unidos e pela Europa. “A China começou a produzir tudo o que era produzido nos Estados Unidos e na Europa. Não se podia comprar uma única calça, sapato ou camisa que não tivesse a inscrição ‘Made in China’. Eles copiaram tudo com muita habilidade e aprenderam a produzir tão bem quanto, ou até melhor. Agora que os chineses se tornaram competitivos, tornaram-se inimigos do mundo”, afirmou, em tom crítico.

Ele também rejeitou a ideia de um novo conflito ideológico entre potências. “Não aceitamos isso. Não aceitamos a ideia de uma segunda Guerra Fria. Aceitamos a ideia de que quanto mais semelhantes os países forem — tecnológica e militarmente — mais eles precisarão dialogar entre si, porque não tenho certeza se o planeta aguentará uma Terceira Guerra Mundial”, disse.

Lula está em Moscou nesta quinta-feira para se reunir com o presidente Vladimir Putin e participar do desfile militar pelos 80 anos da vitória soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.


Leia também: China: Jovens impõem nova baixa histórica nos casamentos

Publicidade
Siga a gente no Google Notícias

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.

OSZAR »